Carta de des(amor)






Nasci, mas continuo presa a ti!
Não sei, porque me deste este nome … Liberdade.
Não sei, porque me deste este espaço tão pequeno, sujo e fechado para brincar.
Falaste-me do mar, mas nunca mo deixaste sentir.
Falaste-me do cheiro da terra molhada, mas nunca ma deixaste respirar.
Disseste-me que íamos correr mundo, mas não podemos correr.
Disseste-me que íamos ser felizes, mas não páras de chorar.
Explicaste-me o que é uma família, mas não vejo nenhuma.
Explicaste-me o que é o amor, mas nunca me deste carinho.
Cantaste-me uma canção, mas não me embalaste.
Cantaste-me um fado, mas este não é o meu destino.
Diz-me, porque estamos sempre vestidas com estas cores tristes e escuras.
Diz-me, porque acordamos tão cedo para não fazermos nada.
Porque é que ainda não me explicaste, porque não tenho amigos.
Porque é que ainda não me explicaste, porque não me posso sentar ao teu colo.
Conta-me uma história, mas que não seja a da tua vida.
Conta-me porque estamos aqui.
Não sei o que se passa contigo.
Disseste-me que o céu é azul e enorme, mas eu vejo-o sempre pequeno e quadrado.
Não sei o que se passa contigo. Porque nunca me disseste porque estamos aqui presas. Porque nunca pude conhecer o meu pai?
Nasci, mas quero libertar-me de ti. Deixa-me partir! Deixa-me ir à procura do meu nome!

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